Integração amplia possibilidades de pesquisa e desenvolvimento com redes 5G e Open RAN no ambiente do testbed
O programa OpenRAN@Brasil acaba de dar mais um passo importante rumo à ampliação de suas capacidades de experimentação e inovação em redes móveis. O testbed nacional passa a oferecer suporte à OpenAirInterface (OAI), uma das principais pilhas de software open source para redes 4G, 5G e Open RAN. A integração reforça o compromisso do programa com a promoção de tecnologias abertas e a colaboração com a comunidade científica e de desenvolvimento.
O que é a OpenAirInterface?
Desenvolvida pela OpenAirInterface Software Alliance (OSA), uma organização francesa sem fins lucrativos, a OAI é um projeto de código aberto que implementa de forma completa e funcional as pilhas de comunicação móvel, desde a camada física até o núcleo da rede (5G Core). Reconhecida globalmente, a OAI conta com a contribuição de parceiros acadêmicos e comerciais ao redor do mundo.
“Ao incorporar a OAI, o testbed OpenRAN@Brasil ganha uma ferramenta poderosa para experimentação em diferentes cenários de redes de acesso de rádio (RAN) e redes núcleo (CN), com alto grau de flexibilidade e potencial de inovação”, informa o analista de Operações e Sistemas da RNP, Murilo Silva.
Validações e primeiros testes com a OAI
No ambiente do testbed, já foram realizados os primeiros testes de interoperabilidade da pilha OAI para as funções CU (Central Unit) e DU (Distributed Unit) com as antenas da Foxconn (modelo RPQN 7801e). Embora ainda em fase de desenvolvimento, essas validações parciais representam um avanço promissor para garantir maior compatibilidade entre diferentes soluções de hardware e software dentro da arquitetura Open RAN.
Testes com velocidade inédita no testbed
Em paralelo, a equipe do programa também alcançou um marco relevante: a integração do 5G Core (5GC) da OAI com as funções CU/DU do projeto SRSRAN, outro software open source amplamente adotado. O resultado foi a validação da interoperabilidade e o alcance de aproximadamente 1 Gbps de downlink em testes com servidor a 5 km de distância – um feito inédito no testbed considerando o uso exclusivo de soluções abertas.
Esse avanço permite a execução de casos de uso de banda larga móvel aprimorada (eMBB) e amplia as possibilidades para atividades de pesquisa e desenvolvimento por instituições e pesquisadores que utilizam o testbed.
Além disso, o testbed OpenRAN@Brasil agora oferece suporte a dois núcleos de rede 5G open source: Open5GS e OAI-CN, tornando-se uma plataforma ainda mais robusta e versátil para experimentação.
O que vem por aí?
O desenvolvimento do testbed é contínuo e várias melhorias já estão em andamento. Os próximos passos incluem:
- Integração do 5G Core Free5GC com as pilhas de RAN utilizadas no testbed;
- Aumento da capacidade nominal de downlink de 1 Gbps para 1.5 Gbps com as pilhas de RAN abertas;
- Expansão das validações de interoperabilidade entre diferentes componentes da rede, como 5GCs e RICs (Controladores de Inteligência de Rádio).
Quais os benefícios para o programa?
Ao oferecer suporte a múltiplas pilhas de software abertas e permitir testes com interoperabilidade real, o OpenRAN@Brasil fortalece seu papel como plataforma estratégica para a experimentação em redes móveis avançadas. A adesão à OAI representa não apenas mais uma opção técnica, mas também um convite à comunidade científica brasileira a explorar novos caminhos para o desenvolvimento de soluções em 5G e Open RAN, com liberdade, transparência e colaboração.
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