Empresas que participaram do Demoday contam como foi usar o testbed do programa 

A RNP e o CPQD promoveram, em 22/11, o Demoday do OpenRAN@Brasil, evento de apresentação de soluções inovadoras desenvolvidas com a tecnologia Open RAN. No encontro, as seis startups selecionadas em julho na chamada pública do programa mostraram os avanços de seus projetos nos últimos meses. Assista a gravação nesse link

O programa OpenRAN@Brasil busca preparar o país para as redes móveis do futuro ao adotar o padrão Open RAN. A tecnologia quebra o modelo tradicional, em que todos os equipamentos de rede, como antenas e roteadores, são de um único fornecedor. Com o Open RAN, diferentes empresas podem fornecer os equipamentos, ampliando a concorrência e reduzindo custos. 

 Para apoiar o desenvolvimento dessas soluções, as startups selecionadas tiveram, além de financiamento, acesso ao testbed do OpenRAN@Brasil — ambiente de testes que que disponibiliza equipamentos de diferentes domínios tecnológicos relacionados à Open RAN e redes abertas. 

 Agora, o programa entra na fase 3, que expandirá o testbed para todas as regiões do Brasil e permitirá avaliar as características regionais de cada área. O termo aditivo da nova fase foi publicado no Diário Oficial da União de 22 de novembro de 2024. 

 Confira cada uma das soluções apresentadas no Demoday do OpenRAN@Brasil: 

 Acta Robotics 

 A Acta Robotics está adaptando o Kappabot, robô autônomo que carrega até 100 kg, para operar com redes 5G. A conectividade ampliada permitirá maior eficiência, segurança e integração em ambientes industriais. Durante a apresentação, vídeos mostraram o robô sendo operado à distância, o que antes só era possível com wi-fi ou bluetooth. 

“Demos o kickstart da tecnologia 5G no robô. Ele já conta com bluetooth e wi-fi, mas isso limitava o controle, já que deveria ser feito próximo. Com o 5G, foi possível operar o robô à distância”, explicou Vinicius Bastos, CTO da Acta Robotics. 

 Anlix 

 A Anlix tem aprimorado o sistema Flashboard, usado no monitoramento de redes 5G. Foram criadas ferramentas que coletam dados sobre a qualidade do sinal e o consumo de banda das redes, o que vai permitir aos provedores de internet a resolução rápida de problemas, melhorando a experiência dos clientes. 

 “Sempre trabalhamos com padrões abertos. Um dos nossos objetivos, além do monitoramento, era entender um pouco da tecnologia OpenRAN. Essa expertise foi muito importante. Trabalhamos com o testbed também para avançar nisso. E a grande vantagem que tivemos foi o ambiente controlado”, disse Gaspare, cofundador da Anlix. 

Cromai 

A Cromai está testando o uso do 5G em seu dispositivo Cromai Sentinel, que usa inteligência artificial (IA) para analisar amostras de cana-de-açúcar. O emprego do testbed permitiu à empresa acelerar as transmissões de dados e aprimorar o monitoramento de sensores no campo. 

 “Usamos o módulo 5G numa raspberry [mini-computador de peça única]. A experiência foi valiosa. Conseguimos ótimos resultados durante a transmissão de mensagens”, afirmou Rodrigo Santos, da Cromai. 

Pix Force 

 A Pix Force apresentou as melhorias na plataforma Pix Safety, que detecta riscos em ambientes industriais, como falta de EPIs ou acessos não autorizados. Com o 5G, a solução ganhou mais eficiência e velocidade na resposta a problemas. 

 “Nosso objetivo foi aproveitar a infraestrutura para otimizarmos nosso algoritmo. Testamos as diferenças entre o 4G e o 5G. Conseguimos melhorar o desempenho e validar o uso do 5G sem perda de dados”, disse Priscila Dias, coordenadora de projetos da Pix Force. 

 Quickium 

 A startup Quickium mostrou os avanços no Quickium Eye, que monitora o uso de equipamentos de segurança com visão computacional. O 5G trouxe maior estabilidade para as câmeras, com conexões dedicadas que não interferem em outras redes. 

 “Os resultados dos testes foram bastante satisfatórios. O 5G é útil porque permite escolher qual a prioridade do tráfego da rede. Isso dá mais estabilidade para o sistema. Foi bem positivo”, afirmou Gustavo Atzingen, cofundador da Quickium. 

 Ring-0 Networks 

 A Ring-0 Networks testou seu firewall inteligente, o ring-0 d0me, que monitora o tráfego em tempo real e protege redes 5G. No testbed do OpenRAN@Brasil, a startup validou o sistema e avaliou seu desempenho em diferentes cenários. 

 “Com o apoio da RNP, pudemos provar a viabilidade da solução para proteger os usuários em 5G. Foi uma oportunidade para testarmos a própria estrutura do testbed”, disse Marcel Moura, cofundador da Ring-0 Networks.